O bom tempo é acompanhado por temperaturas altas e por um aumento da intensidade das radiações UV. Com a Primavera a começar no dia 20 de Março, nunca é demais relembrar os perigos da exposição excessiva dos nossos olhos a raios solares. A intensidade dos raios UV aumenta durante os meses de Primavera e Verão. Este tipo de radiação é a maior responsável pelo aparecimento de queimaduras solares e tem maior concentração a meio do dia e no início da manhã. É importante entender que a radiação UV, em doses moderadas, é fundamental para o nosso organismo por permitir e estimular a produção de vitamina D. Esta vitamina é importante para a nossa pele, sistema cardiovascular, absorção do cálcio e fósforo no intestino, assim como outras funções essenciais para o nosso organismo. Como em quase tudo, o equilíbrio é essencial. Se a exposição à radiação for excessiva, pode causar graves queimaduras e lesões ao nível ocular, afectando várias estruturas dos nossos olhos, como as córneas, pálpebras e retinas. O facto dos raios solares apresentarem uma maior concentração durante os meses mais quentes, não deve ser um motivo para não existir precaução durante todo o ano. A exposição prolongada a radiação UV causa vários efeitos negativos, como exemplo temos as cataratas, que são resultado da exposição excessiva durante vários anos. As cataratas, consistem na opacificação do cristalino, o que se reflecte numa perda progressiva da visão. O cristalino é a estrutura ocular responsável pela focagem das imagens. Tal como o seu nome sugere, é uma estrutura transparente, ao perder essa transparência a nossa capacidade de visão diminui. As cataratas não se tratam de uma doença contagiosa e podem evoluir a ritmos diferentes dependendo de cada caso. As suas causas, além da exposição repetida e exagerada a raios UV, podem ser várias. A idade é uma das mais comuns, mas podem ainda ser consequência de outras patologias, como a diabetes. O álcool, tabagismo e dietas pouco equilibradas são também factores de risco. Outra condição associada às queimadoras causadas por raios solares é a degenerescência macular. Trata-se de uma doença degenerativa da zona central da retina que leva a uma diminuição irreversível da visão central, sem efeitos para a visão periférica. É a principal causa de cegueira em países ocidentais e é uma patologia que surge naturalmente através do envelhecimento. Apesar de não se conhecerem bem as causas desta doença, reconhecem-se factores que podem contribuir para o seu aparecimento. Entre esses agentes de risco estão carências de vitaminas e oligoelementos e a exposição crónica a luz intensa e radiações UV. É normal manifestar-se, numa fase inicial, apenas num dos olhos, fazendo com que o outro olho compense a perda progressiva de visão, esta forma inicial da doença impede que seja feito um diagnóstico em fases iniciais da patologia. Além das duas consequências apontadas, o excesso de luz solar esta associada a questões como o cancro da pálpebra e queimaduras das córneas, por isso nunca é demais relembrar os cuidados que devemos ter com os nossos olhos. Os riscos são muitos, mas podem ser evitados. Claro que existem grupos mais propensos a desenvolver este tipo de problemas. Crianças, idosos, doentes crónicos e profissionais que sejam obrigados a passar muito tempo no exterior devido à sua actividade profissional, fazem parte da população com maior tendência para este tipo de problemas de saúde e devem ter especial atenção e cuidado. Isto não valida que, quem não está nos grupos de risco, não tome precauções para evitar patologias associadas ao excesso de raios UV. Sair de casa precavido com os seus óculos de sol é um gesto simples mas eficaz na prevenção. Claro que devemos certificar-nos de que os óculos têm filtros UV adequados, sob risco de aumentar ainda mais os perigos para a nossa saúde ocular. Proteja-se todo o ano e acompanhe regularmente a saúde da sua visão junto de um profissional. | |||||
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